No Laboratório de Informática os alunos da turma 83 construíram Tsurus juntamente com o professor Tiago e a professora Catarine, Os Tsurus ou origamis foram feitos para a I Semana Literária da Escola. Os alunos fizeram os Origamis relacionando a lenda dos mil tsusrus, com a história de vida e livro de Jorge Luís Martins, autor que estará presente na Semana Literária. Os alunos também tiveram a oportunidade de ouvir a música Rosa de Hiroshima e aprender um pouco mais sobre a história de vida e solidariedade do povo japonês. Ao conhecerem a lenda dos mil tsurus, foi proposto um desafio à turma. Qual desafio? Será que eles conseguirão vencer o desafio? Venha conferir no dia 24 deste mês!
A Lenda dos Mil Tsurus de Origami
Tsuru é uma ave, espécie da família dos grous (cegonhas), nativa do Japão. Ninguém
sabe desde quando existia uma lenda no Japão segundo a qual, aquele
que fizesse mil tsurus de origami teria um pedido atendido pelos
deuses. Mas essa lenda ficou mundialmente conhecida com a triste
história de uma garotinha chamada Sadako
Sasaki.
Sadako
nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade quando os
americanos lançaram a bomba atômica sobre a cidade. Ela vivia
distante do epicentro da bomba e juntamente com a mãe e o irmão,
saiu ilesa do ataque. Mas consta que durante a fuga, eles foram
encharcados pela chuva negra (radioativa) que caiu sobre Hiroshima ao
longo daquele dia fatídico.
Retomando
suas vidas após o término da guerra, Sadako e sua família viviam
normalmente e ela era uma garota aparentemente saudável até
completar doze anos de idade. Em janeiro de 1955, durante uma aula de
educação física, Sadako, que adorava corridas, sentiu-se mal, com
tonturas. Os dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela
caísse no chão, sem sentidos. Socorrida e levada a um hospital,
depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e o
diagnóstico foi de leucemia, doença que já estava matando outras
crianças expostas à bomba. Na época a leucemia era até chamada de
"doença da bomba atômica". Ela foi internada em fevereiro
de 1955, recebendo a previsão de sobrevida de apenas 1 ano.
Em
agosto desse mesmo ano, sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto foi
visitá-la no hospital. Chizuko fez uma dobradura de tsuru e
presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
Sadako
decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a
doença avançava rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada,
prosseguia dobrando lentamente os pássaros, sem mostrar-se zangada e
sem entregar-se.
Em
dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e
mais do que desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz
para toda a humanidade, para que nenhuma criança mais sofresse pelas
guerras. Ela disse sobre os tsurus: "Eu escreverei PAZ em suas
asas e você voará o mundo inteiro".
Por
fim, na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako montou seu último
tsuru e faleceu, amparada por sua família. Ela não conseguira
completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou
profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que
faltavam para que fossem enterrados com ela.
Tristes
e sensibilizados, os colegas decidiram fazer algo por Sadako e por
tantas outras crianças. Formaram uma associação e iniciaram uma
campanha para construir um monumento em memória à Sadako e à todas
as crianças mortas e feridas pela guerra. Com doações de alunos de
cerca de 3100 escolas japonesas e de mais nove países, em 1958, foi
erguido em Hiroshima o MONUMENTO
DAS CRIANÇAS À PAZ,
também conhecido como Torre dos Tsurus, no Parque da Paz.
O
monumento de granito simboliza o Monte Horai, local mitológico, onde
os orientais acreditam que vivem os Espíritos. No topo do monte está
a jovem Sadako segurando um tsuru em seus braços estendidos. Na base
do monumento estão gravadas as seguintes palavras:
"Este
é nosso grito,
Esta é nossa oração:,
PAZ NO MUNDO"
Todos
os anos, milhares e milhares de tsurus de papel colorido são
enviados de toda parte do Japão e do mundo, num gesto de carinho que
demonstra também a preocupação das crianças e o poder delas de
trabalhar por uma causa justa.
Certamente
foi doloroso para Sadako aceitar a própria morte com apenas doze
anos de idade, mas deixou um exemplo para a posteridade, num gesto
poderoso de devoção e amor ao próximo. Que as crianças do mundo
todo desejem pacificamente o mesmo que Sadako: um mundo melhor, sem
guerras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário